Li o texto abaixo da colunista Ruth Manus no site do jornal Estadão, e achei interessante postar para agradecer meus colegas, amigos e verdadeiros amigos pelo apoio em minha campanha a deputado federal André do Táxi 7788.
Vale a pena ler e refletir sobre esta mensagem!
Na idade em que me encontro pode-se
falar, sem problemas, em chefe, IPVA, rodízio de veículos, relatório, afilhado, bônus, contas a pagar, paquera, risoto,
cachaça.
Mas será que a expressão “melhor
amigo” não deveria ter ficado no passado, na mesma época em que deixamos
palavras como recreio, ficante, fichário, matinê, branquinho, grafite 0.6,
cantina, lição de casa, 1ºB?
Deveríamos, então, para ser pessoas
maduras, ter padronizado as relações, chamando todos simplesmente de “amigo”,
diferenciando, no máximo, aqueles que são meros colegas?
Se for assim, peço licença para
renunciar à minha maturidade.
“Melhor amigo” e “melhor amiga” não
saem do meu vocabulário nem sob tortura. Amigos são uma maravilha.
Indispensáveis. O tempero da vida.
Mas, sejamos justos: alguns amigos
não podem ser apenas mais uma pessoa querida na lista da nossa vida. Alguns
precisam de destaque. Merecem um posto privilegiado. Um título de honra, acima
do bem e do mal.
Porque quando a gente se refere a
eles para um estranho, é preciso dizer “melhor amigo” para colocá-los no seu
devido lugar. Eles não são iguais aos outros, por melhores que os outros sejam.
Porque amigo é quem diz “te ajudo a
resolver isso” e melhor amigo diz “vamos resolver isso”.
Porque amigo vai estar lá quando você
chamar. Melhor amigo vem sem você pedir.
Porque amigo te ouve. Melhor amigo te
lê.
Porque pra amigo você conta. Melhor
amigo já sabe.
Porque a gente tem um amigo que é o
melhor para conversar sobre trabalho. Outro sobre livros. Outro sobre dinheiro.
Outro sobre viagens. Mas sobre a nossa vida, nossos rumos e decisões, sobre o
que realmente importa… É ele. Não tem outro.
E não importa se vocês seguiram rumos
completamente diferentes: um casou e outro vive na piriguetagem, um trabalha no
mercado financeiro e o outro faz doutorado sobre libélulas, um mora em Osasco e
o outro em Berlim. Não importa. Existe uma identidade que nenhuma mudança da
vida pode abalar.
É um afeto consolidado, imune a
tempestades e ventanias. E acima de tudo: imune ao tempo.
Melhor amigo é uma das poucas coisas
da vida que não tem medo do tempo. As paixões têm medo do tempo, as carreiras
também, assim com as peles e os sonhos. Mas, se é melhor amigo, é completamente
atemporal.
E estar com ele é como voltar a estar
com aquilo que somos de verdade. É quando estamos despidos de qualquer máscara
que o dia a dia nos impõe e que, por vezes, esquecemos de tirar ao chegar em
casa.
Lembra do anjinho da consciência? É o
melhor amigo. E o diabinho da consciência? Também. Melhor amigo é aquele que já
é, inevitavelmente, a gente também. É a personificação do quão difícil é, por
vezes, identificar a linha tênue que separa o “eu” do “outro”.
E nem sempre o melhor amigo é um só.
Tem o melhor amigo de infância, de faculdade, do trabalho, do bairro. Não
importa. Se recebe o título de “melhor amigo”, é porque é O CARA. Não tem
discussão.
E, se para ser um verdadeiro adulto,
é preciso abrir mão disso, que é mais do que uma mera expressão, é uma condição
de vida, aqui estou eu, do alto de toda minha imaturidade para falar, de peito
aberto, sem nenhum constrangimento, que nos meus melhores amigos, vida adulta
nenhuma vai poder mexer. São irredutíveis, inegociáveis, inabaláveis. São a
infantilidade escancarada da qual vou sempre me orgulhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE COM RESPONSABILIDADE, NÃO USE PALAVRÕES, SUA MÃE OU SEU FILHO PODE ESTAR ACESSANDO ESTA PÁGINA. VAMOS MOSTRAR A EDUCAÇÃO DO TAXISTA, USEM O ESPAÇO DEMOCRÁTICO COM SABEDORIA